VLE versus PLE: diferentes perspectivas na "selva da Web 2.0"
O título deste post não foi escolhido por acaso: originou-se da análise de um trabalho, desenvolvido em duas partes, por Jon Dron (Athabasca University) e Madhumita Bhattacharya (University of Victoria) em 2007 no qual analisaram os potenciais, os problemas e a dualidade entre os Virtual Learning Environments (VLE) - ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) - e os Personal Learning Environments (PLE) - ou Ambientes Pessoais de Aprendizagem.
No artigo intitulado Lost in the Web 2.0 jungle (2007a), os autores elencam alguns dos problemas identificados no uso dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Não são impeditivos para a sua utilização, mas sim aspectos limitadores. Na visão deles, os AVA trazem pedagogias implícitas que podem não ser as mais indicadas para os contextos nos quais são utilizados, já que isso depende de uma análise inicial em cada contexto. Além disso, o fato de possuírem diversos mecanismos de controle podem limitar as possibilidades de aprendizagem, por exemplo: o que o aluno pode ou não acessar/visualizar dentro do ambiente? Isso é definido pelo professor ou pela instituição (ou até pelos fabricantes do AVA), mas com base em qual análise esses mecanismos e decisões são implementados? Tanto alunos quanto professores e tutores precisam ter a liberdade de escolher tecnologias que se identificam mais para desenvolver suas aprendizagens.
Quanto a essa última problemática, em Cultivating the Web 2.0 jungle (2007b), Dron e Bhattacharya reforçam a necessidade de quem os professores atuem como designers dos próprios ambientes de aprendizagem sem depender de pessoal técnico (web designers, programadores, etc., como comumente acontece na organização dos AVA). Além disso, para que o professor seja um co-construtor de aprendizagem junto ao aluno é necessário que ele possa utilizar recursos de fora do AVA, integrando-os e estimulando a criatividade - tanto a sua própria quanto dos próprios alunos.
Já em relação aos PLE, Dron e Battacharya (2007a) os definem como conjuntos de aplicações interoperáveis que, juntas, formam um ambiente de aprendizagem para o indivíduo. Tais aplicações derivam das possibilidades advindas das Web 2.0, que trouxe mecanismos que permitem combinar conteúdos e serviços de várias fontes de maneira prática, ressignificando constantemente a utilidade/aplicabilidade de cada recurso.
Como principal objetivo do trabalho, trazem também os "lados negros" do PLE, isto é, desafios para sua implementam. Dron e Battacharya (2007b), respondendo a si mesmos na conclusão do trabalho, trazem possíveis respostas para esses mesmos desafios. Tais desafios e respostas foram sintetizados na tabela a seguir.
Tabela 1 - Desafios e possíveis soluções para os PLE com base em Dron e Bhattacharya (2007a e 2007b)
Assim, os autores concluem que boa parte dos desafios são questões que estão além da tecnologia: centram-se na necessidade de diálogo e formação continuada. Dessa forma, para o sucesso de uma implementação (e, neste caso, tanto de um PLE quanto de um AVA), é necessário um engajamento num processo contínuo de discussão onde todos aprendem com todos e co-descobrem possibilidaddes.
Referências
Dron, J., Bhattacharya, M. (2007a). Lost in the Web 2.0 jungle. 895-896. 10.1109/ICALT.2007.181.
Dron, J., Bhattacharya, M. (2007b). Cultivating the Web 2.0 jungle. 897-898. 10.1109/ICALT.2007.109.
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